Miley Cyrus entre os fãs: do som roqueiro às baladas pop

Ontem foi o dia dos mais jovens. Miley Cyrus era a mais desejada, mas também houve D'ZRT, Amy MacDonald e McFly Foi com um "Goodnight Lisbon, we're so excited to be here with you, guys" que Miley Cyrus se apresentou, ontem, às dezenas de milhares de fãs em Portugal, que esgotaram a lotação do Parque da Bela Vista. Com um som roqueiro a condizer com o blusão de cabedal, Miley arrancou de imediato com uma versão musculada do single Can't Be Tamed, retirado do seu novo disco, a lançar a 21 de Junho. Seguiu-se um dos primeiros temas em nome próprio, a faixa titular do primeiro disco, Breakout (2008). Alternando o rock com baladas pop mais contidas, Miley confirmou ao público lisboeta que já não é Hannah Montana, com um medley dedicado a Joan Jett, uma das figuras históricas do rock no feminino. Se, em dias anteriores, se registaram enchentes logo nos primeiros minutos, após a abertura do recinto onde decorria o Rock in Rio, então ontem, no dia dirigido ao público infanto-juvenil, começavam nos transportes públicos que conduziam ao recinto. Em dia de manifestação, estradas cortadas e caos urbanístico, os muitos milhares de espectadores que se dirigiram ao Rock in Rio Lisboa para assistirem aos concertos de D'ZRT, McFly, Amy MacDonald e Miley Cyrus, embora não duplicassem a afluência do dia 27 (de Muse, Snow Patrol, Xutos & Pontapés e Fonzie), protagonizaram uma enganadora concentração junto ao Palco Mundo, que "roubou" desde muito cedo todas as atenções aos outros palcos do festival. Com o Palco Sunset a fazer as honras, as "festividades" começaram às 16.30, com o concerto de Lúcia Moniz e Mister Lizard, cujo funk efervescente servia, como já é habitual para os primeiros concertos do dia, de papel de parede sonoro para os milhares de pessoas que se enfileiravam para as bancas de alimentação, diversões e brindes que ocupam grande parte do espaço do Rock in Rio. A roda gigante, os poufs, distribuídos por uma conhecida marca de telecomunicações, e a montanha- -russa eram os principais pontos de atracção para miúdos e respectivos familiares graúdos. Andreia Pinto, lisboeta, deslocou-se ao festival acompanhada pelas filhas, Inês e Sofia, de 7 e 9 anos, respectivamente. "As minhas filhas queriam vir, e eu, que remédio, tive de as acompanhar." De facto, segundo as estatísticas adiantadas pela organização, 55 em 100 inquiridos afirmavam ter ido ao Rock in Rio acompanhados pela família. No entanto, às 17.45, a maior parte do público começou a acumular-se à frente do Palco Mundo para assistir ao espectáculo de uma das grandes atracções do dia. O concerto dos D'ZRT, para além dos temas de êxito obrigatórios (Para Mim tanto Me Faz, Verão Azul e Feeling, que até teve direito a réprise), integrou também a "Operação Nariz Vermelho", que visou, segundo afirmava o comunicado oficial da iniciativa, que todas as semanas visita 11 instituições pediátricas do País, "unir o público do Rock in Rio", numa grande operação de solidariedade "pelas crianças hospitalizadas". No entanto, era obviamente Miley Cyrus que reunia as maiores expectativas junto do público do Rock in Rio. A protagonista da série Hannah Montana, em entrevista concedida ao DN horas antes do concerto, manifestou-se "curiosa" em relação à sua estreia absoluta em Portugal. "Quero imenso conhecer o público português. O meu pai já cá esteve e disse-me que era muito festivo", confessou a filha do cantor country e folk Billy Ray Cyrus. Acerca de Hannah Montana, e da sua relativamente recente carreira em nome próprio, Miley Cyrus demonstrou-se satisfeita com a transição para longe da sombra da Disney: "É pacífico para mim, sei que a Hannah Montana tem um público diferente do meu, é mais dirigida a crianças, enquanto eu, a solo, tenho mais público adolescente. Mas também é interessante saber que, tal como eu cresci enquanto fazia a série, o público que cresceu a ver a série da Disney também está agora a ouvir os meus discos a solo."



Fonte: DN

por ALEXANDRE ELIAS